Um breve comentário de 4 dos 7 livros Apócrifos.
Um breve comentário de 4 dos 7 livros Apócrifos.

 

Um breve resumo

 

Neste artigo, serão apresentadas breves passagens dos livros de Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus que são considerados pelos romanistas como inspirados por Deus, mas se contradizem e afirmam claramente que foram feitos por pensamento e vontade humanas.

Antes de enumerar os livros deuterocanônicos, deve-se explicar que segundo a Bíblia de Jerusalém, foram todos escritos em 200 a.C. O que prova que não são inspirados pelo Espírito Santo, pois foram escritos no período chamado de período interbíblico. Deus ficou 400 anos sem falar com seu povo. Existem passagens destes livro que não encontram respaldo nos outros livros inspirados das Escrituras Sagradas.

1- Livro de Tobias (veja aqui)

Tobias 3.8, a narra um personagem chamado Asmodeu, um demônio. Asmodeu, segundo a narrativa deste livro, é o pior dos demônios e que mata os sete maridos de Sara, filha de Raguel.

Em Tobias 6.14 fala que Asmodeu mata os maridos de Sara antes das núpcias, e diz o seguinte no versículo 15:

 A ela não faz nenhum mal, porque a ama, mata, porém, quem queira aproximar-se dela.(Tobias 6.15) 

Segue uma reflexão sobre os demônios que as Escrituras inspiradas trazem e contradizem esse livro apócrifo.

Assim diz em 1 Pedro 5.8

Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.(1 Pedro 5.8)

Em Marcos 7,  fala sobre uma mulher que tinha uma filha com espírito imundo (demônio), e ela rogava a Jesus que expulsasse o demônio de sua filha.  Jesus expulsou o demônio da menina no versículo 29

O pensamento que vem ao ler esse texto do livro inspirado de Marcos, é de que o demônio não respeita ninguém, e faz de tudo para matar, escravizar qualquer pessoa, sendo homem ou mulher e não tem amor algum pelo ser humano. Seu tempo está próximo do fim, e que seu destino é o lago de fogo e enxofre (Apocalipse 20.10), por isso ele (demônio) busca a quem ele possa tragar (1 Pedro 5.8).

O que chama a atenção em Tobias 6.15 é a seguinte frase:

A ela não faz nenhum mal, porque a ama” (Tobias 6.15) .

Reflita:

Se o demônio busca a quem ele possa tragar, e domina seja homem ou mulher, é nosso adversário; como o demônio pode amar alguém se ele não tem amor pelo ser humano? 

Segundo os livros inspirados, o demônio queria tomar o lugar de Deus, e ser adorado, e ainda levou a terça parte dos anjos do céu com ele. Isso prova que não tinha amor por Deus nem por aqueles anjos que foram expulsos com ele. Agora, imagine se ele vai ter amor por alguém, sendo que nem a Deus ele amou. 

2- Livro de Judite (veja aqui)

Segundo, Jerônimo, que traduziu a Vulgata latina, afirma que este livro não é canônico, e mostra em seus escritos, que os judeus classificaram este livro como apócrifo. Além disso, nada consta no livro História dos hebreus, do historiador Flávio Josefo, sobre o livro de Judite, o que seria extremamente estranho se a obra fosse, de fato, expressão de uma história verídica. Só pelo fato da falta de historicidade deste livro, é um elemento suficiente para deixá-lo fora do canôn.

Outro fator que deixa este livro a desejar é, a falta de historicidade deste livro, adicionado com os problemas geográficos, que o autor deste livro comete, já de início dizendo que a história se passa no décimo segundo ano de Nabucodonosor, rei dos assírios, em Nínive, numa época depois do retorno dos judeus do exílio. É um disparate imenso, visto que este rei era babilônico e foi sob sua regência que ocorreu o exílio de Judá (2Cr 36.18-20) 

Bíblia de Jerusalém, católica e de estudo, nos mostra na introdução deste livro, sobre o rei Nabucodonosor ter reinado em Nínive. Diz assim a introdução desta Bíblia:

"O livro de Judite, sobretudo, manifesta uma soberba indiferença pela história e pela geografia. O relato é situado no tempo de Nabucodonosor, que reinou sobre os assírios em Nínive" (Judite 1,1); ora, Nabucodonosor foi rei da Babilônia, e Nínive fora destruída por seu pai Nabucopolassar. Por sua vez, o retorno do exílio, no tempo de Ciro, é apresentado como algo que já se realizou (Jt 4.3 e 5.19) (Bíblia de Jerusalém)

A cidade de Betúlia, que é mencionada no livro e desenrola a história, é desconhecida. Tem falta de harmonia com os livros canônicos e é visível a qualquer um que faça uma simples leitura histórica. 

A nota de roda pé, da Bíblia de Jerusalém, pagina 682 letra "b" diz que "Nabucodonosor, rei da Babilônia (604-562 a. C), nunca foi chamado "rei da Assíria" e nem reinou em Nínive, destruída em 612 por seu pai, Nabucopolassar. 

Então, surge uma pergunta: 

O Espírito Santo de Deus, inspiraria alguém a errar o local do reinado de Nabucodonosor, sendo que o Espírito Santo não erra, não se engana e não se deixa enganar? Acho que os católicos deveriam pensar neste assunto melhor, pois, o Espírito Santo é Onisciente e não conduziria o homem ao erro.

3- Livros de 1 e 2 Macabeus

Em 1 Macabeus 9.27 diz:

Israel foi grandemente tribulado, como jamais fora, desde a época em que deixaram de aparecer profetas.

Nítidamente fala que não havia mais profeta em Israel, o que implica na cessação da inspiração divina e justifica a não inclusão deste livro no cânon sagrado. Este livro foi considerado espúrio e nunca foi aceito pelo povo judeu como parte das Escrituras Sagradas e não o incluíram no cânon. Jerônimo fez o mesmo na Vulgata. Só no Concílio de Trento, conhecido como "Concílio da Contrarreforma" em 1546 foi incluído no cânon, oficialmente pelo catolicismo romano. 

1 Macabeus 9.3;18 diz:

No primeiro mês do ano CENTO E CINQUENTA E DOIS colocaram cerco diante de Jerusalém... cap. 18 Também Judas sucumbiu, e os restantes fugiram.

E 2 Macabeus 1.9-10 diz:

Celebrai, portanto, agora, a festa da cenopégia no mês de Casleu. No ano CENTO E OITENTA E OITO. Os habitantes de Jerusalém e da Judéia, o senado e Judas, a Aristóbulo*, conselheiro do rei Ptolomeu, da linhagem dos sacerdotes consagrados, como também aos judeus do Egito, saúde e prosperidade! 

E em 2 Macabeus 15.38 diz:

Assim se desenrolaram os acontecimentos relativos a Nicanor, e já que a partir dessa época Jerusalém permaneceu em poder dos hebreus, FINALIZAREI aqui MINHA narração. Se ela está felizmente concebida e ordenada, era este o MEU desejo; se ela está IMPERFEITA e MEDÍOCRE, é que não PUDE ( Está na 1ª pessoa do singular) fazer melhor.
Assim como é nocivo beber somente o vinho ou somente a água, mas agradável e verdadeiramente proveitoso beber a água e o vinho misturados, assim também a disposição agradável do relato é o que causa prazer aos ouvidos do leitor. Aqui, pois, TERMINO ( Está na 1ª pessoa do singular novamente).

Como Deus inspiraria alguém a dizer que Judas morreu no ano 152 a.C e depois no ano 188 a.C,  escreveu uma carta, a Aristóbulo*, sendo que Judas morreu (sucumbiu) em 152 a.C, como relatado em 1 Macabeus 9.18?

Deus não erra, não se engana, não se deixa enganar, sabe todas as coisas, e jamais cometeria o erro de inspirar alguém a escrever que Judas morreu no ano de 152 a.C, e depois inspiraria escrever que Judas estava vivo e enviou uma carta a Aristóbulo no ano de 188 a.C.

E mais. O relato de 2 Macabeus15.38 derruba, em absoluto, qualquer explicação para dizer que este livro é inspirado, dizendo, pois o autor declara: "este era o Meu desejos; e se ela está IMPERFEITA e MEDÍOCRE, é que não PUDE fazer melhor.

Cristalinamente se entende que tudo foi feito por pesamentos humanos, e não inspirados por Deus. Visto que, se fosse inspirador por Deus, jamais, O Todo Poderoso erraria em datas, locais geográficos, e jamais diria que sua obra está IMPERFEITA e MEDÍOCRE, e é o que Ele PODE fazer.

Devemos dar crédito a esses livros e considerá-los como inspirados por Deus, sendo que se contradizem e não encontram respaldo nas Escrituras que são consideradas inspiradas? A resposta óbivia é: "Não".

Deus é Onisciênte, conhece todas as coisas; passado presente e futuro; e Ele é perfeito em todas as sua obras.

 

Cai a Farsa Romanista

Por: Willian Furtado

Dia 16/01/2015