Desmascarando o Livro de 1 Macabeus
Desmascarando o Livro de 1 Macabeus

O livro de 1 Macabeus, é inspirado por Deus?

 

 

O título do livro provém de seu personagem principal, Judas, chamado Macabeu (c.f.1 Macabeus 2.4). Foi escrito por volta de 134 e 100 a.C, portanto, no período interbíblico, quando Deus ficou 400 anos sem falar com seu povo.

Este livro foi considerado espúrio e nunca foi aceito como parte das Escrituras Sagradas pelos judeus, e não o incluiu no canôn. Jerônimo fez o mesmo na Vulgata, e, segundo a Bíblia de Jerusalém (católica), no final da introdução dos livros de 1 e 2 Macabeus, diz que Jerônimo, não considerava os livros de Macabeus como canônicos.

Assim diz no final da introdução de 1 e 2 Macabeus:

 O texto que está na Vulgata não foi traduzido por São Jeronimo – para quem os livros dos Macabeus não eram canônicos – e não representa senão uma recensão secundária. Veja imagem abaixo.

 

 

Jerônimo também diz:

"E assim da mesma maneira pela qual a igreja lê Judite, Tobias e Macabeus (no culto público) mas não os recebe entre as Escrituras canônicas, assim também sejam estes dois livros [Sabedoria e Eclesiástico] úteis para a edificação do povo, mas não para estabelecer as doutrinas da Igreja" (Prefácio dos Livros de Salomão)

E mais:

"Para os católicos, os apócrifos são certos livros antigos, semelhantes a livros bíblicos, quer do N.T, quer do V.T, o mais das vezes atribuídos a personagens bíblicos, mas não inspirados, como os livros canônicos, e nem escritos por pessoas fidedignas nem de doutrina segura" (Introdução Geral a Vulgata Latina, p.9)

Vejamos as implicações que existem neste livro e mostram a fragilidade na sua composição, e não tem respaldo com o resto das Escrituras inspiradas.

Uma passagem que deixa o livro de Zacarias com vergonha deste de Macabeus, pois entra em conflito com esse livro que de Zacarias, que é inspirado, é a passagem de 1 Macabeus 2.46.

Esta passagem apresenta alguém chamado Matatias, que a força, sai realizando  circuncisões por terras israelitas, em todos os meninos, que não foram atingidos pela determinação que está no livro de Levítico 12.3, o que provoca um conflito com o livro de Zacarias 4.6, que tal procedimento - o de Matatias - é vetado.

Veja.

E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. (Zacarias 4.6)

Em 1 Macabeus 9.27, mostra que não havia mais profetas, o que corrobora o período interbiblico.

Segue o texto:

Foi esta uma grande tribulação para Israel, como nunca houve desde o dia em que não mais aparecera um profeta no meio deles. (1 Macabeus 9.27 – Bíblia de Jerusalém)

E no título, onde se encontra esta passagem de 1 Macabeus 9.27, está escrito assim:

IV. Jônatas, chefe dos judeus e sumo sacerdote (160-142 a.C). Veja imagem abaixo.

 

O próprio título deste texto de 1 Macabeus 9, afirma e corrobora o período interbiblico, que como dito no início do artigo, Deus ficou 400 anos sem falar com seu povo.

Outro ponto que está neste livro e que traz um problema de ordem eclesial e administrativa, está na referência de 1 Macabeus 10.20. Nesta passagem, o Rei Alexandre Balas, filho de Antioco Epífanes (1 Macabeus 10.1), ordena Jônatas como sumo sacerdote.

Mas há um problema que o autor deste livro desconhecia ou ignorou que havia um procedimento padrão para a ordenação do sumo sacerdote, como está em Êxodo 29. Uma ordenação dessas devia vir a partir de um mandado divino, e que também fosse alguém habilitado para isso, o que não era o caso de Alexandre Balas.

Um estranho procedimento envolvendo a postura de Jônatas, se encontra em 1 Macabeus 10.21 que declara:

Assim, no sétimo mês do ano cento e sessenta, na festa das Tendas, Jônatas começou a apresentar-se com as vestes sagradas. Entretanto, ia recrutando tropas e fabricando armas em quantidade.(1 Macabeus 10.21- Bíblia de Jerusalém)

Jônatas foi consagrado sumo sacerdote, mas a atribuição exclusiva deste levita era cuidar da administração do santuário e não acumular ao mesmo tempo, funções atinentes aos artifícios militares, como no texto acima citado.

Na passagem de 1 Macabeus 12.21, relata o achado de um documento que diz que os espartanos e os judeus, são povos irmãos, e que ambos são raça de Abraão.

Segue o texto.

Encontrou-se, num documento referente aos espartanos aos judeus, a informação de que são irmãos e pertencem à descendência de Abraão. (1 Macabeus 12.21 – Bíblia de Jerusalém)

Mais um problema que se encontra neste livro, e que não tem apoio com as outras Escrituras inspiradas, e vai contra a idoneidade histórica do texto, pois não há nos registros antigos de Esparta ou da Grécia, qualquer documento ou citação de terceiros para fundamentarem a ligação étnica entre judeus e espartanos.

Esta declaração chega as raias do absurdo – se não chega a loucura – pois tanto a história secular quanto a bíblica, rejeitam essa afirmação. E ainda, nem Esparta nem os espartanos são mencionados nas Sagradas Escrituras. Biblicamente, a mesma origem étnica, entre judeus e árabes, por meio de Abraão, é possível se atestar, mas jamais entre judeus e espartanos.

Na referência de 1 Macabeus 15.8, o Rei Antíoco VII manda uma carta a Simão, irmão de Judas Macabeus (que já havia morrido, ver 1 Macabeus 9.18), lhe dando inúmeros e inigualáveis benefícios. É um absurdo, o benefício que Antíoco VII dá em especial a Simão. Veja o texto:

Toda dívida que tenhas no momento para com o tesouro real, ou que venhas a contrair no futuro, desde agora e para sempre te seja cancelada (1 Macabeus 15.8)

Em tese, isso significa que Simão poderia simplesmente tomar emprestado todo o tesouro do reino, e não tinha a obrigação de restituí-lo. Isso quer dizer que, Simão poderia tomar tranquilamente o reinado do Rei Antíoco VII, para si.    

Depois de alguns pontos expostos, que contradizem os livros inspirados; mostra Jerônimo não considerando o livro como inspirado, embora conste alguns aspectos relacionados à historicidade possam merecer crédito, em geral, não se pode dar crédito a obra, pois não tem o equivalente aos livros divinamente inspirados.

Merece esse livro o crédito de ser considerado inspirado por Deus? A resposta é: Não.

 

Cai a Farsa Romanista.

Por: Willian Furtado

Dia 02/05/2015