Desmascarando o Livro de 2 Macabeus
Desmascarando o Livro de 2 Macabeus

 

 O livro 2 Macabeus, é inspirado por Deus?

 

 

Este é o segundo livro sobre Judas Macabeu, que não é a continuação do primeiro. Foi escrito por volta de 160 a.C, portanto, no período interbíblico, quando Deus ficou 400 anos sem falar com seu povo.

Este livro, como o de 1 Macabeus, foi considerado espúrio e nunca foi aceito como parte das Escrituras Sagradas pelos judeus, e não o incluiu no canôn.

Jerônimo fez o mesmo na Vulgata, e, segundo a Bíblia de Jerusalém (católica), no final da introdução dos livros de 1 e 2 Macabeus, diz que Jerônimo, não considerava os livros de Macabeus como canônicos. Veja imagem abaixo.

 

 

Jerônimo, também dizia:

“Como a Igreja lê os livros de Judite e Tobit e Macabeus, mas não os recebe entre as Escrituras canônicas, assim também lê Sabedoria e Eclesiástico para a edificação do povo, não como autoridade para a confirmação da doutrina.(Prefácio aos Livros de Salomão)

“Que [Paula] evite todos os escritos apócrifos, e se ela for levada a lê-los não pela verdade das doutrinas que contêm mas por respeito aos milagres contidos neles, que ela entenda que não são escritos por aqueles a quem são atribuídos, que muitos elementos defeituosos se introduziram neles, e que requer uma perícia infinita achar ouro no meio da sujeira” (Epístola 107:12 - Nicene and Post-Nicene Fathers, 2nd Series, vol. 6, p. 194)

2 Macabeus, trás alguns fatos que também são narrados no primeiro livro, e mostra uma visão, destes fatos, que difere do primeiro livro.

Este livro não se pode colocar na mesma altura das Escrituras inspiradas, pois, 2 Macabeus deixa claro que esta obra é escrita com muito esforço e com o objetivo de agradar (2 Macabeus 2.19-32- Bíblia de Jerusalém).

Veja essa passagem de 2 Macabeus 2.19-32:

Os acontecimentos efetuados no tempo de Judas Macabeu e de seus irmãos, a purificação do augusto templo e a dedicação do altar, como também as guerras sustentadas contra Antíoco Epífanes e contra seu filho Eupator, as manifestações celestes sobrevindas em favor dos bravos, que pelejaram corajosamente pelo judaísmo e que, apesar de seu número reduzido, se tornaram senhores de todo o país, puseram em fuga as hordas bárbaras,recobraram a posse do Templo famoso em todo o universo, livraram a cidade e restabeleceram as leis em vias de abolição, tudo isso, graças ao Senhor que lhes foi misericordioso: eis o que Jasão de Cirene narra em cinco livros que vamos tentar resumir em um só.

Considerando a multidão das letras e a dificuldade que em vista da abundância dos assuntos experimentam aqueles que desejam penetrar no estudo das narrativas históricas, temo-nos preocupado em agradar aos que apenas desejam lê-las, em facilitar aos que procuram retê-las e em ser úteis a todos em geral.

Para nós que empreendemos este trabalho de resumir, não é coisa fácil, mas uma questão de suores e vigílias.

No entanto, como aquele que prepara um festim, procurando satisfazer aos outros, assume uma tarefa penosa, assim nós, de boa vontade, tomamos a nós este trabalho, para obter a gratidão de muitos.

E deixando para o autor o cuidado de tratar cada assunto em seus detalhes, nós nos esforçamos em expô-los com auxílio de fórmulas resumidas.

Assim como para uma casa nova cabe ao arquiteto preocupar-se com o conjunto da construção, enquanto aquele que está encarregado dos afrescos e das pinturas só se ocupa com a decoração, assim, me parece, é o que cabe a nós.

Ao autor de uma história toca aprofundar tudo, dissertar sobre tudo, procurar todos os detalhes, mas o que resume deve, ao contrário, procurar condensar a narrativa e evitar a minúcia na exposição dos fatos.

Agora, após tão longos prolegômenos, comecemos nossa relação, porque seria absurdo ser prolixo antes da história, e breve na própria história.

Em resumo: tudo feito por pensamentos humanos, e ainda copiado de outros livros. Portanto, sem inspiração do Espírito Santo.

Nota-se que o autor, estava fazendo tudo para elaborar um história, vinda de outra. E, é explícito por parte dele em confessar as suas limitações e dificuldades que teria pela frente para alcançar seu intento. Ele também cita a quantidade de livros que tem que sintetizar(v.24).

Isso é tão claro, pois se realmente ele estivesse sendo inspirado pelo Espírito Santo, a escrever, jamais diria: “procurando satisfazer aos outros; “assume uma tarefa penosa”; “tomamos a nós este trabalho, para obter a gratidão de muitos”, e o restante que está em destaque acima, em negrito.

Não encontramos nada assim nas Escrituras inspiradas, em absoluto. Em nenhum escritor bíblico se encontram tantos obstáculos quanto os destes de 2 Macabeus, para sua elaboração.

Na passagem de 2 Macabeus 9.21-28, vemos a narrativa da morte de Antíoco Epífanes.

Pois quanto a mim, estou prostrado pela doença, mas me lembro com prazer dos vossos sentimentos de respeito e da benevolência para comigo. Ao voltar da Pérsia, surpreendido por um mal cruel, julguei necessário providenciar a segurança de todos.

Não que me desespere de meu estado, ao contrário, tenho a firme esperança de escapar dessa doença - mas me lembro de que meu pai designava seu sucessor cada vez que partia em expedição às províncias superiores.

Ele queria que no caso de uma desgraça ou má notícia os habitantes do país não se perturbassem, uma vez que soubessem a quem confiar os negócios.

Eu sei, ademais, que os príncipes que me rodeiam e os vizinhos do meu reino estão de atalaia e espreitam os acontecimentos; por isso, já designei meu filho Antíoco para rei, a quem, em outras ocasiões, confiei e recomendei a maior parte de vós, quando partia para outras terras. A ele escrevi a carta abaixo:

Rogo-vos, portanto, e peço que, em memória de meus benefícios para convosco, tanto gerais, como particulares, tenhais para com meu filho a mesma benevolência que para comigo, pois estou convencido de que ele seguirá minhas intenções e agirá convosco com moderação e humanidade. Assim esse carrasco e blasfemador pereceu miseravelmente, distante, nas montanhas, em meio àqueles sofrimentos que ele mesmo havia infligido aos outros(2 Macabeus 9.21-28)

Nesta passagem, ele morre devido a uma enfermidade, e no mesmo livro, em 2 Macabeus 1.15-16 (o que é intrigante), diz que Antíoco morreu apedrejado.

Veja:

Os sacerdotes expuseram o tesouro, e ele mesmo, com alguns dos seus, penetrou no recinto sagrado, enquanto eles fechavam as portas; mas, quando Antíoco entrou no interior, abriram uma porta secreta na abóbada e esmagaram o príncipe sob uma saraivada de pedras. Esquartejaram, em seguida, os corpos e degolaram as cabeças, lançando-as aos que estavam do lado de fora (2 Macabeus 1.15-16).

E não para só nestas aí! Há uma terceira narrativa de sua morte, que se encontra na passagem de 1 Macabeus 6.13-16

Reconheço que foi por causa disso que todos esses males me fulminaram, e agora morro de tristeza numa terra estrangeira.

Ele chamou Filipe, um de seus amigos, e constituiu-o regente de todo o seu reino.

Entregou-lhe seu diadema, seu manto, e seu anel, com a responsabilidade de guiar seu filho Antíoco e de educá-lo para sua realeza.

O rei Antíoco morreu ali no ano cento e quarenta e nove.

Agora, cabe a pergunta: Antíoco morreu de uma enfermidade, apedrejado e esquartejado, ou morreu de profunda tristeza?

Para que esses livros fossem verdadeiramente inspirados pelo Espírito Santo, eles teriam que ter as mesmas narrativas, usar de outras palavras para explicar a mesma situação, ou resumir o assunto.

Como pode se dar credibilidade a esse livro, sendo que no mesmo livro de 2 Macabeus e no livro de 1 Macabeus, se contradizem quanto a morte de Antíoco?

Há nitidamente uma discrepância nas narrativas dos livros de Macabeus, quanto a morte de Antíoco. O Espírito Santo jamais se enganaria, e inspiraria alguém a cometer esse gravíssimo erro, pois, Ele é Onisciente, e conhece passado, presente e fututo.

Outra passagem que mostra como essa obra foi elaborada por vontade humana, é a passagem de 2 Macabeus 10.10

Agora, quanto aos fatos que concernem a Antíoco Eupátor, filho desse ímpio, vamos narrá-los, embora resumindo os males que resultaram de suas guerras.

Aqui, vemos que os próprios autores vão narrar os fatos, indicando a falta de inspiração para sua obra, pois diz: “vamos narrá-los, embora resumindo”.

Isso descortinou a verdade sobre esse livro não ter a inspiração que querem alegar que ele tem. O texto e a obra estavam sob o completo domínio dos autores. Em outras palavras, elaborou a obra de acordo e vontade própria, como bem quis.

Mais uma narrativa que se encontra em 2 Macabeus 12.46, e é muito polêmica, se trata da purificação da alma depois da morte.

Vejamos:

Eis que mandou oferecer aquele sacrifício pelos mortos, para que ficassem livres do pecado(2 Macabeus 12.46).

É muito explicita a contradição doutrinária com as Escrituras inspiradas do Antigo Testamento, sobre o destino da alma após a morte.

Não existe nas Escrituras inspiradas, tal ato para que após a morte, alguém possa fazer sacrifício, ou pagar pelos pecados de alguém que já morreu, para que sua alma seja purificada após a morte.

No Novo Testamento, em Hebreus 9.27, diz clara e enfaticamente que após a morte, vem o juízo.

E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo. (Hebreus 9.27).

A palavra de Deus não mente, e a passagem de Hebreus 9.27, é bem clara quanto a isso. As Escrituras mostram que após a morte, o destino do homem é selado, tanto para perdição eterna, quanto para a salvação eterna.

Outro problema, e que atrapalha e muito a aceitação desse livro como inspirado, é a passagem de 2 Macabeus 14.37, diz que um tal de Razis, é chamado de “pai dos judeus”, o que não é corroborado com o restante das Escrituras inspiradas.

Razis, um dos anciãos de Jerusalém, foi denunciado a Nicanor. Homem devotado a seus considadãos, gozava de grande estima e, por sua bondade, era chmado de "pai dos judeus" (2 Macabeus 14.37)

Para um judeu, “pai” em termos terrenos, só era atribuído a Abraão, e em todas as Escrituras inspiradas, esse título é só dado a Abraão. Razis, não é mencionado em mais nenhum outro texto bíblico.

Um texto que mostra como era Abrão considerado o “pai” dos judeus, é o texto de Mateus 3.9, que diz:

E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.
(Mateus 3:9)

Isso, é mais uma prova que refuta qualquer pretensão de se dizer que este livro foi inspirado pelo Espírito Santo, pois Ele sabe que para um judeu, “pai”, humanamente falando, sempre foi Abraão.

Mas, a implosão, que faz com que desmorone de uma vez por todas esta obra apócrifa e sem inspiração divina, é o ultimo capítulo de 2 Macabeus.

Veja o texto:

2 Macabeus 15.38 diz:

Assim se desenrolaram os acontecimentos relativos a Nicanor, e já que a partir dessa época Jerusalém permaneceu em poder dos hebreus, FINALIZAREI aqui MINHA narração. Se ela está FELIZMENTE CONCEBIDA E ORDENADA, era este o MEU desejo; se ela está IMPERFEITA e MEDÍOCRE, é que não PUDE ( Está na 1ª pessoa do singular) fazer melhor.
Assim como é nocivo beber somente o vinho ou somente a água, mas agradável e verdadeiramente proveitoso beber a água e o vinho misturados, assim também a disposição agradável do relato é o que causa prazer aos ouvidos do leitor. Aqui, pois, TERMINO Está na 1ª pessoa do singular novamente).

O relato do autor de 2 Macabeus15.38 derruba, em absoluto, qualquer explicação para dizer que este livro é inspirado. Deus, jamais, inspiraria a declarar: "este era o Meu desejo; e se ela está IMPERFEITA e MEDÍOCRE, é que não PUDE fazer melhor”.

Nestas passagens, o que se pode entender é que o autor fez tudo por sua própria vontade, e duvidando da sua obra e inspiração, pois ele diz: “Se ela está FELIZMENTE CONCEBIDA e ORDENADA, era este o MEU desejo; se ela está IMPERFEITA e MEDÍOCRE, é que não PUDE FAZER MELHOR”.

Será que Deus inspiraria o autor a dizer que Ele é um Deus fraco, pois diz: Se ela está FELIZMENTE CONCEBIDA e ORDENADA; IMPERFEITA e MEDÍOCRE? E inspiraria a dizer que Ele é um Deus limitado, ao dizer: “é que não PUDE FAZER MELHOR? 

Por tudo que foi exposto, o que se pode constar é que a obra em modo geral, não tem caráter qualitativo comum aos livros que foram divinamente inspirados.

Como explicar melhor o fato de tanto trabalho e dúvida que o autor teve para a elaboração deste livro?

A resposta é simples: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21), o que, o caso, clara e definitivamente, não foi o do(s) autor(es) de 2 Macabeus.

Este livro merece a credibilidade de ser chamado de “inspirado por Deus”? A resposta é, NÃO.

 

Cai a Farsa Romanista

Por: Willian Furtado

Dia 19/07/2015